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Poemas contra magoas Carlos Mar Eliseu Ferraz

 

∞©Eliseu Ferraz

ENTRE DÚVIDAS

 

Amei como nunca amei

Sofro como nunca devia sofrer

Cometo por não ter quem me complete

Vagueio procurando rosas e flechas perdidas

No deserto ninguém me vê por livre querer

 

Quero ser o que desejo

Desejo o que ninguém deseja ao mesmo tempo

Não sei porque sofro tanto

Por perder desejo vencer sempre que necessário

Para agradar é preciso sacrifício

 

Mas porque sofro e sofro

Talvez nunca amar como se ama

Quero me encontrar, pois não sei

Onde estou nem para onde quero ir

Só sei que não sou inteiro sozinho.

 

 

∞©Eliseu Ferraz

 

 

 

 

 

Um riso com sorriso atraente

 

Quando olho em ti não consigo contemplar sua doce face

Nesta fase, fico e sinto um sentimento de ternura

As palavras da sua boca me deixam sem saber como usar as minhas

Você é a chama dos meus sentimentos guardados e atrofiados na solidão

Seu cabelo deixa-me perdido na profunda rua dos perdidos em paixão

Um salão de encontro é preparado para o nosso eterno viver

Entre nós a morte não existe, pois nosso amor é vida e não morte

Minha atraente, te quero como jamais ninguém imaginou

Te amo diferentemente

Te amo sinceramente

Te amo, mas te amo muito e sem limites!

Te amo como só eu te posso amar

Seu riso, e sorriso tornam-te aquilo que

Você realmente é: você é bela demais

Por tudo isso seu riso e sorriso

São atraentes.

 

 

 

 

 

                                                                                          ∞©Eliseu Ferraz

 

 

 

 

Nenhuma Dor

Em ti não pode haver dor que permaneça sem limites

Você faz seu mesmo limite, pois não mereces sofrer

Sofrer não é humano

As promessas feitas e refeitas nos lembra um passado

Um passado que parecia nunca terminar

Um passado presente

Nada troca o que somos, somos o que não somos para outros

A dor é um dos piores sentimentos, podendo levar
o ser onde o amor é escasso

De dia e de noite, estamos juntos cada uma procura do outro, quer na imaginação e quer no real

É e sempre será

Mas nenhuma dor

Nenhuma dor mesmo, é parte da sua vida

Nenhuma dor faz parte de si, nem em si

Nenhuma dor é mais forte do que o amor guardado em seu coração

Mas nenhuma, nenhuma mesma dor é maior do que aquela

Que melhor anseias

Esta dor que anseias, é a dor do amor cravado em sua mente

Esta dor é o profundo amor que habita dentro de si

 

Nenhuma dor e dor

Uma dor só deve ser a que a dor do amor profundo revela

As dores ferem nosso espírito, afectam nossa alma e atingem a estrutura física

Mas que nenhuma dor, tome lugar em si

Um alívio é o que buscamos na dor e em dor

 

 

∞©Eliseu Ferraz

Amor Traído

De tudo o que existe nada é maior que o amor

O amor semeia-se, busca-se, conserva-se

O amor fortalece a vida e o viver em si

No terreno do nosso amor entre o que quer que seja

Menos a traição, isso é o que mais enfatizamos

Perdemos todo o nosso amor quanto mais sentimentos

Sentimentos que não traduzem confiança

O amor confia e nunca desconfia

O amor não busca, não busca amor, o amor é amor

O amor é único e igual a si é só o mesmo amor

Caminhamos proferindo tudo de leal, mas foi em vão

Também foram em vão as carícias, calorias, e os beijos que trocamos

Nada valeu entre nós, nunca soube o que é o amor

Nada valeu mesmo, porque não conseguimos traduzir o amor sem dor

Amor sem dor, sem fim

Tudo por tudo e nada por nada, isso não nos foi possível

Juntos traímos o amor

Porque juntos não fomos capazes de erguer a nossa torre sem desconfiança

Traímos o nosso amor, falamos línguas diferentes

Conscientes de que não fomos cientes

Tudo traduziu-se numa loucura de canibais e animais

O amor traído desconfia

Não comunica

Não é sincero, mas amargo sem sabor nem paladar

Não serve para dar, cantar nem encantar

O amor se foi porque foi traído e caiu sem mais voltar

∞©Eliseu Ferraz

Uma respiração

 

A inscrição do seu nome no meu coração

Deixou-me nesta situação

Sem acção nem reacção

Perdido e vagueando nesta caça onde nada restou

Tudo se foi, onde somente sou e estou

Com esta respiração

Estou alucinado por não ter podido permanecer com o fôlego

O código desta paixão

Causa a razão de não compreender o que respiramos

Quando inspiro-me sei que expiro tão logo

Tão que, é a respiração do que sinto por si,

É desta maneira que és o meu catálogo

 

∞©Eliseu Ferraz

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Reflexões sobre o Amor

 

Quem encontra um amor conjugado

Encontrou a outra sua parte do seu próprio amor

O amor não se engana,

Não encobre,

Não dúvida no amor,

Há fé, coragem e acções

Que traduzem nossos sentimentos enquanto seres

 

«Há um limite para pôr fim a tudo,

Quando nos perturba, embora, nem sempre é possível estabelecer estes limites

Existem sentimentos que não expressamos,

Porque só palavras não bastam, é preciso mais e mais

Existem pessoas que quando os conhecemosprocuramos saber quão tarde foi conhece-las, já que elas são realmente o tipo de pessoas que nós pretendemos, são meigas, carinhosas, atenciosas e muito mais

Há esforços que em vão se perdem quando queremos encontrar,

Demonstrar desejo de amor e amor,

Que no fundo este desejo, de ser amado e amar chega

Chega tão tarde ou nunca chega

Nunca chega a ser conforme a nossa vontade

O homem é um animal, que tudo pode provar para saciar,

Sua melancolia ou prazer,

Porque as vezes já não discorre o puro do impuro,

O verdadeiro do falso, somente é comovido»

Nós somos vencedores em todas as batalhas,

Porque ninguém está dotado para nunca sofrer derrotas, são estes que até nos levam a vitória»

«Há respostas que procuramos, mas não é possível encontrá-las em nós, mas o dia-a-dia se encarrega de responder»

Um choque

Num abismo sem cinismo

Perdi a vergonha que me enluta

Nenhuma causa, vence esta luta

Nesta situação sem solução

Atingiste meu lado fraco

Mas não com cacos nem socos

Esta chama sem rasto vem de si

De si mesmo e de mais ninguém

Entre nós, há cada um de nós

Rios e riachos navegamos

Mas nunca nos queremos enganar

Sua arte de bem amar causou-me

Causou-me um choque

Um choque tão forte e forte

Não me permite repousar

Nem estar

Este choque é o do profundo amor

Que sempre senti, desde o primeiro sermão

Preciso deste choque até não poder mais

Um choque jamais inesquecível

Tão estimável

Que só palavras não bastam

Um choque, um choque que feriu

Mas que também uniu e reuniu

Que juntou dois em um só

Este choque é visível e provável

Este choque é você

A Razão do amar

Amar é dar e saber receber

É receber para devolver

Amar é tudo que podemos

É ver e não ver

É sentir e nunca sentir

Amar é isso e não só

Amar traduz o amor

Aquilo que sentimos

Mas ainda aquilo que pensamos

Sem amar jamais pode haver amor

Eis a razão de amar: ser e existir.

 

 

 

 

 

 

 

∞©Eliseu Ferraz

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Loucura

Estou louco

Estou muito louco

Mas muito louco mesmo

Muito por querer nesta loucura

Com toda ternura sem mais esperar

Nada de ninguém também por ninguém

Loucura é o que se passa em mim tudo por não ter

Não ter-te ao meu lado quando mais te quero e te amo

Esta ternura agora é a minha maior e pior loucura, já não quero mais

Andei em caminhos invisíveis para te encontrar e trazé-la comigo sem

Esperar já não posso mais, não posso mesmo

Porque amo-te

Porque quero-te

Porque desejo-te

Perdi todos os caminhos que ma levariam ao paraíso

Mas conquistei caminhos que tornaram-me vizinho do inferno

Este caminho é esta loucura que agora paira em mim

Aterrei no melhor aeroporto, cuja pista está inscrita

A inscrição é: bem-vindo a este inferno-paraíso onde tudo é loucura

A loucura é o amor entre nós dois

Já não posso deixar esta loucura

Sem esta loucura não sou

Não estou

Não posso ser

E não te amaria, mesmo que fosses a Maria

Amor é loucura. 15 Set.

 

Vida

Como seria sem vida

Nunca se seria sem ela

Viver, amar, sofrer, ser feliz

Acontece na vida

Negar, ter e não ter

E aceitar a nossa existência

No silêncio e no ar

Comprova nossa coexistência

Mas a sentença da vida

Édeixar de viver

Vida é aquilo que é, fôlego

E uma situação, onde se respira

Também se inspira

Nela se retira o mais belo

Se acresce o ausente com zelo

E nela onde é possível amar

E nela onde há a razão de se ser

Tudo termina, mas a vida não

Senão, não haveria gerações

Vão-se os seres quando se perde a vida

Mas a vida é para sempre

Somos passageiros dela

A vida é vida, não parte

 

 

 

 

Até quando?

Até quando não serei livre?

Livre e livre

Estou desiludido por não ter tido

A minha liberdade que não é tudo

Mas porque opressão?

Não há reacção na nação

Perdidos e acorrentados nas correntes

De nascentes e leitos

Sem expressão nem compaixão

Até um dia

Até um fim

Seremos livres e poder viver

 Nos auspícios da liberdade

Deixaremos estes flagelos

Que só nos causam degelos

Ninguém é de ninguém

Não importa como nem as razões

E preciso acordar e despertar

Preparar-se e caminhar

O futuro é já e agora

Devemos ser livres

Ferver até já não der mais

Lágrimas de sangue e de dor

Correm e escorrem sem parar

Nas nossas almas amarguradas

Nas almas feridas e roídas

Vermes e serpentes nos sufocam

Até já não poder mais

Mas até quando?

Até agora

Até esta hora

Até sermos livres

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sinceridade

Ser o que somos

Crer no que é

Dizer o que sentir

Aceitar o ter

É preciso não fingir

É preciso não fugir

É preciso encarar

Sinceridade

Sem ela reinam as falsidades

Desaparecem as verdades

Não querer crer

Não é sinceridade

Sinceridade

É não perder a pureza

É parecer no real

No sentido verdadeiro

A sinceridade é transparente e límpida

Ela é nítida como a neve

É útil e útil

Não deixa manchas nem nódoas

Não deixa sinal

Sinceridade é sinceridade

Sinceridade é virtude

É um dom

Não se corrompe nem se deixa corromper

Sinceridade entrega e não nega

Sinceridade

Aceita negação

Desprezo

Humilhação

Compraz-se em tudo

Mas não trai

Simplesmente confia

A sinceridade é visível

Sinceridade é tudo isto

E mais…

 

∞©Eliseu Ferraz

Saudades
Quando terão fim pois não é saudade
São saudades
Saudades de ver, estar ao seu lado
De traduzir seus sentimentos
De aproximar seus pensamentos
De bater a porta e acendermos a vela
De apagarmos as luzes e acarretar água
De ouvir sua voz e seu gemido escaldante
De sentir a quentura do seu corpo
De sentir as suas carícias e seus beijos
Suas peripécias e delícias
Seu silêncio e sua música
Ver seus olhos como o brilho das estrelas
Tocar e amamentar-me dos seus mamilos
Esfregar seu peitos em forma e redondos
Acariciar sua pele lisa e doce como o favo do mel
Saudades
De querer estar ao seu lado e amar
De buscar tudo que perdemos e não achamos
Saudades
De ver em ti o que até então nunca vi
De pedir um abraço seu e não poder
Mas tenho mesmo saudades
Saudades
Para acabar com esta solidão
Tão perigosa que me mata a cada dia do meu viver
Que retira da razão e me deixa sem reflexos
Que insegura e me retira a fé de te ter de volta
Porque não permite te enamorar e poder morar em suas mãos
Saudades
Não pode ser!
Esta distancia que assassina o nosso lar
E não deixa nos amarmos
Esta saudade tão ruim e desonesta
Quero perder toda saudade
Pois trata-se do fim da minha idade
Já não consigo mais viver sem o seu calor
Sem o seu frio, pois é demais esta ausência
Que morra esta distancia
Que me lembra sua elegância
Saudades
Já não até você de volta no seu ninho:
No meu coração onde não há distancia
 Nem saudades, mas nos dois em um
Onde tudo é possível
Saudades são saudades

 

 

∞©Eliseu Ferraz

 

 
Quando tudo é perdido

 

Tudo só se perdeu

Só se perdeu porque nenhum deu o seu máximo

O máximo em ser fiel verdadeiro e sem capas na face

Mas não é este o momento pois

O sentimento da dor de uma traição é ruim e demais

Se perdi não perdi sozinho

Simplesmente perdemos e perder é próprio

É natural

E natural chorar quando gostamos ou amamos

Como também é normal perder

Perdemos porque perder é importante

É importante porque da derrota

Temos sempre uma lição para aprender

Aprender a ser a saber sentir e

E cultivar o que não se podia

Mas é sempre uma dor

 

∞©Eliseu Ferraz

 

Sonhos Perdidos

Sonhar sonhar  e sonhar

Só é preciso crer nos sonhos

Quando não cremos é porque não houve sonhos

Mas perderam-se os sonhos

Como tê-los de volta

No meu peito e nas minhas imaginações

É tão lindo e belo sonhar

Nem todos os sonhos atingimos

Os sonhos são como quando ainda

Não nascemos, quando ainda não existimos

Na realidade, no mundo visível

Sonhei ter você inteiramente nos meus braços

Para que pudesse sentir o calor do meu corpo

O suor do meu amor por ti

A paixão que esquenta e arrefece estes sentimentos

Sonhei mas perdi, perdi-te das aventuras mas também dos amores

No fundo ainda não te perdi

Pois não há quem sinta o que sinto por voçe

Quão forte éresistir está derrota

Que hoje é victória

Victória por estar e sã e salvo

 

 

 

∞©Eliseu Ferraz

 

 

 

O amor perdoado

Perdoar é um dom

Quando se perdoa se consumam razoes de forças

Quem não pode perdoar, não pode amar

Como amar quando não se perdoa?

Perdoar é um sentimento de amor

Perdoar é a razão de ser

É uma força interna que nos tira do orgulho em si

Nos leva e nos conduz ao bem viver

Nada traduz amor sem que o perdão se recorde

Perdoei por amar

Chorei porque não quis perdoar

Venci a dor e a ultrapassei

Tudo porque soube perdoar

Não há amor que seja amor

Sem que não haja razoes paraPerdoar

Perdoar perdoar sempre

Para poder sempre poder amar e

Assim ser correspondido no perdão e no amor

 

 

 

 

∞©Eliseu Ferraz

 

 

A corda

Já não é possível crer

Não é possível aceitar

Só é possível insistir

Persistir e nunca desistir

Esta batalha é contínua e nunca fácil

Nas margens da opressão 

Sentimos a corda irritante no pescoço

Sem termos as forças suficientes para rebentar

Mas é oportuno esquentar e aquecer a lenha

Com as brasas em chama é a nossa espada

 A espada da victória encontrada

A corda

A corda que nos sufoca é a que abraçamos

Sentindo as espinhas no dorso e na alma

Sem como saber a saída, clamamos e clamamos

Mas a resposta está onde nem sequer se encontra

A corda precisa rebentar

Ninguém viverá sem que ela rebente

Assim se fará a sebenta

Que esquenta sem a corda

 

 

∞©Eliseu Ferraz

 

07.10.2011, 09-38am

 

 As mensagens

Envie para situdo o tinha

Mas também tudo o que tenho

Palavras não traduzirão, não traduzirão

Os sentimentos que abrasam a frieza

Tudo que pudeentreguei aos sinais

Não são aquelas letras dobradas em papel

Que afrouxaram o vigor do meu coração

Não é o rigor da minha alma que acalma

Mas é esta a sensação que há na cama

Foram as mensagens que enviei

Que pioraram a profundeza desta paixão

Deste frio sem frio não consigo me livrar

Elas foram fortes e duras como as rochas

Elas sofreram metamorfoses seguidas

Como são interessantes e desinteressantes

Elas são cativantes e cativantes

Não desprezam nem ferem

As mensagens que ofereci buscam curar

São as toneladas de ternura que nenhuma

Tempestade teve intensidade para tramar

Elas foram, para transmitir sem falha

Elas chegaram porque era a meta

Elas cumpriram o seu dever

Transmitir e transmitir

Transmitir  amor

 

Nunca desista

Nunca desista ainda que a morte espreite

Mesmo que as ondas do mar lhe afectem sem piedade

Corra, insista e persista, mesmo que o fôlego da vida sufoca

Nunca perca a esperança, nem a consciência de vencer

Por mais altas que sejam as colinas tente

Prove o cansaço para brindares o sabor do sacrifício

Insista e insista mas nunca desista

Você é um ser destinado a lutar para vencer

Em si vive o ninho que guarda os segredos do amor e da esperança

Nada pode ser tão forte que a resistência nesta batalha derradeira

Ninguém jamais desistiu por algo que tencionou

Por mais que o sol e chuva cruzem não desiste

Seus sonhos transformam-lhe naquilo que quer e deseja ser

Não desiste nem mesmo quando mil leões estiverem a impedi-lo

Nunca desista e nunca desista mesmo

Mesmo que onde quer atingir é preciso sacrificar e ficar sem sua respiração

Não tente nem imagine desistir

Desistir naquilo que sempre resistiu

Se nunca desistiu é porque sempre existiu 

Nunca desista mesmo que a fraqueza ocupou a sua vida

Vença tudo que se opor a si

Mas nunca desista, mas persista e nunca desista

Pois é assim que existe, e assim insista

 

Natureza

É esta a natureza que é

Que só desta vertente pode ser

Agimos e lutamos contra ela

Mas ela prossegue naquilo que é

Vagueamos caminhando

Nesta infinita e natural natureza

Que nunca deixaria de ser uma certeza

Que tudo nos proporciona

Da admiração cuja meta é sua natural beleza

Na solidão ou na companhia, a natureza nos convida

Nos leva a entender o quão sem ela não há vida

Com a natureza aliviamos as dores que mais nos marcam

Com a natureza ultrapassamos tudo naturalmente

É nesta natureza que tudo quanto vimos é fruto dela

Nela encontramos a bravura dos animais ferozes

Vimos nela a comunhão entre animais e plantas

Entre selvagens e peregrinos e amantes da natureza

Na natureza nunca se está isolado

Por ser a nossa companhia dia a dia

É assim que, que é sentida

Natureza

O lugar de tudo e de todos

Mas é nesta natureza onde a frieza

É natural

11/10/11

Olhar molhado

É com este seu olhar que fiquei pálido

Fiquei o que estou como estou

Mas tudo foi pela intensidade e força deste

Deste seu olhar tão atractivo como íman

Este seu olhar que é mais que olhar

Levou-me a esquecer-me e é incomparável

A mim e a si, por ser tão imensurável

É com esta sua maneira de ver

Que já não consigo ser

Também não consigo mais entender

Seu olhar traduz a luz do dia e o frio da noite

Vence as trevas e ultrapassa alturas e alturas

Já não é necessário não ser cego

Pois seu olhar deixa os cegos verem o que não podem ver

Leva quem quer que seja a render-se

Mas na verdade não é fácil contemplar seu olhar

Este seu olhar molhado

Carregou consigo todas as lágrimas

Que enchiam minhas pestanas e o quintal dos meus olhos

Sem deixarem ao menos marcas

Marcas que pudessem significar o brilho dos olhos seus

Procurei e muito, mas não pude tornar seus olhos

Como é seus olhos molhados jamais seriam meus.

Terça-feira, 11 de Outubro de 2011

 

 

Aquela marca

Deixas-te em mim um sinal nunca visto

Este sinal é marca do nosso nos ver e sentir

Que me leva a questionar se existo

Inesquecível e interroga o que é isto?

Nas veredas deste nosso envelope

Nada ficou senão a marca como lembrança

Que traduz todos os meus sentimentos de antílope

Deixou sinais numa sem esperança

Esta marca com a missão simbólica

E que nunca se apagará das minhas veias

Levo em mim o peso sem tamanho de saudades

Que traduzem a pujança das verdades

Não é possível esquecer

Algo tão forte encravou na sensação de vela

Embora perdida dos meus braços

Com todas as forças não é impossível tê-la

Na esperança de que ainda mereces meus abraços

Aquela marca é esta que não consigo ver

Sinto-a veemente no circular do meu sangue

Meu sangue sem cor e sem paladar

Esta marca é o sentimento dos seus sentimentos

Esta marca é o pensamento dos seus pensamentos

Esta marca é você e sua imagem cravada no meu peito

Esta marca está embalada na minha consciência

 

Terça-feira, 11 de Outubro de 2011

Nem tudo vale

Tudo não pode valer

Tudo não pode ser

Tudo não se pode ter

Nem tudo se pode aceitar

Vele a pena saber que sinto algo

Algo que não sei explicar

Não existe palavras nem língua para exprimir

Exprimir esses sentimentos

Carregados de chumbo e de emoções

Não pode valer aceitar que és quando não és

Não é válido saber que me amas mas não

Não pode valer saber que não sou o primeiro

Também não vale saber que não sou o último

Sem acções do que queremos não vale querer

Mas nunca poderia valer se nenhum de nós fosse

Fosse o primeiro a dizer que esta relação vale

Como posso crer em tudo se em tudo não se crê

Tudo não pode valer

Seja qual for o encanto e a beleza

O brilho das cores

E o cheiro das rosas

Tudo não pode valer

No amor, na dor, na busca, no encontro, na sexualidade, no encanto… e em tudo

É preciso aceitar mas como também não aceitar

É preciso aceitar que tudo nesta correnteza não é possível valer

 

De volta ao Mar

Por causa das suas fortes ondas

Nunca foi possível não desistir

Pelas maré alta ou baixa

Foi necessário não insistir

A beira de perder a vida nada leva a hesitar

Mas a coragem não foi a tempo de vencer o medo

Nem os conselhos de pescadores e outros amigos do mar

Serviram de modelo a seguir

Tremulei pela imensidão do mar

Nesta não há natação que supera a natureza

A natureza deste natural mar

Mesmo que o mar se altera

A força do ar aumenta a intensidade do mar

Não é tão fácil regressar

Regressar para ver o pinar dos peixes

Mesmo sem jeito para anzol ou iscas

Regressar com o medo de se afogar

Nas profundezas deste imenso mar

Mas ganhei a coragem de homem

Vecendo o medo e ultrapassando lamas

Já não é preciso mais temer

Mas só enfrentar

Enfrentar para compartilhar o encanto das águas

Com toda a sua salinidade e tonalidade inconfundível

É preciso crer para estar de volta ao mar

De volta neste mar que comove e cativa

Atrai e chama o ser para melhores momentos

Que ultrapassa as barreiras da solidão e tristeza

É mesmo preciso estar de volta

Neste mar que nos afoga, mas que também

Suas brisas nos aliviam e acalmam

No verão ou no inverno

Do outro lado

No Outono ou na primavera

De volta a este mar

Que nos leva a morte e que também nos alimenta

Com a imensidão dos seus recursos

De volta neste para ficar e voltar a sair

Com a intenção de nunca deixar de regressar

Par ver e melhor contemplar as meninices

Também poder ver o que só lá se pode observar

Para voltar a sentir a ausência da vergonha

E do receio da nudez entre os homens e mulheres

De volta para rir e sorrir das belezas naturais

Voltar para encontrar a metade que nos complete

Voltar para poder cruzar uma alma gémea

De volta e de volta para ficar e nunca

Para sempre ficar, mas interessa

De volta estar.

 

 

 

Na morte em vida

Perdi na vanguarda de voltar a ver-te

Deixei de ver quando ainda podia ver

Já não sou o que sempre acostumei-me a ser

Nesta vida morta já deixei de calcular e ter

Nas amarguras e doçuras nunca estive em vida

Nas lembranças e saudades só me lembro morto

Mas quem seria se não se tratasse de vivo que não vive

Atontoei-me de saber que não é possível viver com vida

Fiquei desolado e quebrantado ao saber que não só o que viria a ser

Já não vivo por não poder saber se existo ou se sou

Não sou o que sou

Vou sem marcar sequer algum passo

Pois estou morto em vida

Não é possível reviver

Quero saber mas já não sei

Por ter dado sei que dei

Entreguei mesmo sem nunca ter chegado

Nesta morte em vida eu não sou

Nesta morte em vida

A vida não existe e a morte pior ainda

Nesta tenebrosidade a curiosidade não tem lugar

Vivo mas não vivo

Não existo nem quero ser

Para nunca existir

Procuro esta morte em vida

Para viver, morrer e reviver

 

Eis o fôlego

Neste mais que bem-querer

Surgiu a intenção de aceitar

E de nunca mais voltar a perder

Na tentativa de chorar

Já não há lágrimas para enxugar

Sem este fôlego não é possível viver

Na madrugada não há sono nem ressonância

Que possa traduzir esta constância

Em todas circunstâncias de sentir

Na esperança sem esperança ficou

Os sentimentos turbulentos

Que mais nada ofereciam senão a dor

Sem este presente não há como

Eis o fôlego

Que atardoa meu ser meu existir

Meu amor minha paixão

Meu não querer querendo

Eis o fôlego

Que me alucina

Que me desilude e comprova

Eis o fôlego

Que me permite amá-la

 

17/10/11

 

Romance

Caíram-se os sentimentos de dor

Por uma nova vida ter de começer

Parecendo uma manha de nevoeiro

Onde as neblinas pingam a cada minuto

Palavras só poderiam apaziguar o entendimento

Dores já não encontraram recepção

Mas o apego venceu a pressa

Nem tudo seria importante

Tão importante e na certeza de destruir

O que o presente ofertou como prenda

La se foram as dores e dissabores

Que vagueavam e importunavam a situação

Só vale a pena recordar nas sombras do passado

É necessário crer

Perderam-se as esperanças que plantamos

 

Pois não houve sementes entre nós

Nesta caminhada inesperada

Resta a chama da nuance

Que acalenta o prazer de ser

 

 

 

Até quando(29/11/11)

Esta maneira de amar-te que não se pode comparar

É a única e nenhuma assemelha-se a si mesma

Não se envergonha nem se ilude, apenas basta

Não se cansa nem transpira, apenas aspira

Aspira ser como sempre é: incomparável

Mas até quando?

Estes sentimentos perversos e controversos que procuram

Inculcar uma marca de dureza a este leve coração

Já não não posso mais

Não devo sequer aceitar ou rejeitar, mas apenas compreender

Pois nestas pegadas não há na verdade nada que seja tão fácil

Até quando? Poderei esquecer-te e livrar-te de mim

Até quando, Poderás livrar-me desta ternura de si?

Amarrados não estamos

Acorrentados também não

Que fazer?

Nada a fazer quando os sentimentos são naturais

Não quando nem onde para declarar fim

Pausas houve, mas não foram pausas

Mas até quando? Continuar

Nunca seria outra resposta

Mas sim

Até nunca esta maneira de querer-te e sentir-te.