∞©Eliseu Ferraz
ENTRE DÚVIDAS
Amei como nunca amei
Sofro como nunca devia sofrer
Cometo por não ter quem me complete
Vagueio procurando rosas e flechas perdidas
No deserto ninguém me vê por livre querer
Quero ser o que desejo
Desejo o que ninguém deseja ao mesmo tempo
Não sei porque sofro tanto
Por perder desejo vencer sempre que necessário
Para agradar é preciso sacrifício
Mas porque sofro e sofro
Talvez nunca amar como se ama
Quero me encontrar, pois não sei
Onde estou nem para onde quero ir
Só sei que não sou inteiro sozinho.
∞©Eliseu Ferraz
Um riso com sorriso atraente
Quando olho em ti não consigo contemplar sua doce face
Nesta fase, fico e sinto um sentimento de ternura
As palavras da sua boca me deixam sem saber como usar as minhas
Você é a chama dos meus sentimentos guardados e atrofiados na solidão
Seu cabelo deixa-me perdido na profunda rua dos perdidos em paixão
Um salão de encontro é preparado para o nosso eterno viver
Entre nós a morte não existe, pois nosso amor é vida e não morte
Minha atraente, te quero como jamais ninguém imaginou
Te amo diferentemente
Te amo sinceramente
Te amo, mas te amo muito e sem limites!
Te amo como só eu te posso amar
Seu riso, e sorriso tornam-te aquilo que
Você realmente é: você é bela demais
Por tudo isso seu riso e sorriso
São atraentes.
∞©Eliseu Ferraz
Nenhuma Dor
Em ti não pode haver dor que permaneça sem limites
Você faz seu mesmo limite, pois não mereces sofrer
Sofrer não é humano
As promessas feitas e refeitas nos lembra um passado
Um passado que parecia nunca terminar
Um passado presente
Nada troca o que somos, somos o que não somos para outros
A dor é um dos piores sentimentos, podendo levar
o ser onde o amor é escasso
De dia e de noite, estamos juntos cada uma procura do outro, quer na imaginação e quer no real
É e sempre será
Mas nenhuma dor
Nenhuma dor mesmo, é parte da sua vida
Nenhuma dor faz parte de si, nem em si
Nenhuma dor é mais forte do que o amor guardado em seu coração
Mas nenhuma, nenhuma mesma dor é maior do que aquela
Que melhor anseias
Esta dor que anseias, é a dor do amor cravado em sua mente
Esta dor é o profundo amor que habita dentro de si
Nenhuma dor e dor
Uma dor só deve ser a que a dor do amor profundo revela
As dores ferem nosso espírito, afectam nossa alma e atingem a estrutura física
Mas que nenhuma dor, tome lugar em si
Um alívio é o que buscamos na dor e em dor
∞©Eliseu Ferraz
Amor Traído
De tudo o que existe nada é maior que o amor
O amor semeia-se, busca-se, conserva-se
O amor fortalece a vida e o viver em si
No terreno do nosso amor entre o que quer que seja
Menos a traição, isso é o que mais enfatizamos
Perdemos todo o nosso amor quanto mais sentimentos
Sentimentos que não traduzem confiança
O amor confia e nunca desconfia
O amor não busca, não busca amor, o amor é amor
O amor é único e igual a si é só o mesmo amor
Caminhamos proferindo tudo de leal, mas foi em vão
Também foram em vão as carícias, calorias, e os beijos que trocamos
Nada valeu entre nós, nunca soube o que é o amor
Nada valeu mesmo, porque não conseguimos traduzir o amor sem dor
Amor sem dor, sem fim
Tudo por tudo e nada por nada, isso não nos foi possível
Juntos traímos o amor
Porque juntos não fomos capazes de erguer a nossa torre sem desconfiança
Traímos o nosso amor, falamos línguas diferentes
Conscientes de que não fomos cientes
Tudo traduziu-se numa loucura de canibais e animais
O amor traído desconfia
Não comunica
Não é sincero, mas amargo sem sabor nem paladar
Não serve para dar, cantar nem encantar
O amor se foi porque foi traído e caiu sem mais voltar
∞©Eliseu Ferraz
Uma respiração
A inscrição do seu nome no meu coração
Deixou-me nesta situação
Sem acção nem reacção
Perdido e vagueando nesta caça onde nada restou
Tudo se foi, onde somente sou e estou
Com esta respiração
Estou alucinado por não ter podido permanecer com o fôlego
O código desta paixão
Causa a razão de não compreender o que respiramos
Quando inspiro-me sei que expiro tão logo
Tão que, é a respiração do que sinto por si,
É desta maneira que és o meu catálogo
∞©Eliseu Ferraz
Reflexões sobre o Amor
Quem encontra um amor conjugado
Encontrou a outra sua parte do seu próprio amor
O amor não se engana,
Não encobre,
Não dúvida no amor,
Há fé, coragem e acções
Que traduzem nossos sentimentos enquanto seres
«Há um limite para pôr fim a tudo,
Quando nos perturba, embora, nem sempre é possível estabelecer estes limites
Existem sentimentos que não expressamos,
Porque só palavras não bastam, é preciso mais e mais
Existem pessoas que quando os conhecemosprocuramos saber quão tarde foi conhece-las, já que elas são realmente o tipo de pessoas que nós pretendemos, são meigas, carinhosas, atenciosas e muito mais
Há esforços que em vão se perdem quando queremos encontrar,
Demonstrar desejo de amor e amor,
Que no fundo este desejo, de ser amado e amar chega
Chega tão tarde ou nunca chega
Nunca chega a ser conforme a nossa vontade
O homem é um animal, que tudo pode provar para saciar,
Sua melancolia ou prazer,
Porque as vezes já não discorre o puro do impuro,
O verdadeiro do falso, somente é comovido»
Nós somos vencedores em todas as batalhas,
Porque ninguém está dotado para nunca sofrer derrotas, são estes que até nos levam a vitória»
«Há respostas que procuramos, mas não é possível encontrá-las em nós, mas o dia-a-dia se encarrega de responder»
Um choque
Num abismo sem cinismo
Perdi a vergonha que me enluta
Nenhuma causa, vence esta luta
Nesta situação sem solução
Atingiste meu lado fraco
Mas não com cacos nem socos
Esta chama sem rasto vem de si
De si mesmo e de mais ninguém
Entre nós, há cada um de nós
Rios e riachos navegamos
Mas nunca nos queremos enganar
Sua arte de bem amar causou-me
Causou-me um choque
Um choque tão forte e forte
Não me permite repousar
Nem estar
Este choque é o do profundo amor
Que sempre senti, desde o primeiro sermão
Preciso deste choque até não poder mais
Um choque jamais inesquecível
Tão estimável
Que só palavras não bastam
Um choque, um choque que feriu
Mas que também uniu e reuniu
Que juntou dois em um só
Este choque é visível e provável
Este choque é você
A Razão do amar
Amar é dar e saber receber
É receber para devolver
Amar é tudo que podemos
É ver e não ver
É sentir e nunca sentir
Amar é isso e não só
Amar traduz o amor
Aquilo que sentimos
Mas ainda aquilo que pensamos
Sem amar jamais pode haver amor
Eis a razão de amar: ser e existir.
∞©Eliseu Ferraz
Loucura
Estou louco
Estou muito louco
Mas muito louco mesmo
Muito por querer nesta loucura
Com toda ternura sem mais esperar
Nada de ninguém também por ninguém
Loucura é o que se passa em mim tudo por não ter
Não ter-te ao meu lado quando mais te quero e te amo
Esta ternura agora é a minha maior e pior loucura, já não quero mais
Andei em caminhos invisíveis para te encontrar e trazé-la comigo sem
Esperar já não posso mais, não posso mesmo
Porque amo-te
Porque quero-te
Porque desejo-te
Perdi todos os caminhos que ma levariam ao paraíso
Mas conquistei caminhos que tornaram-me vizinho do inferno
Este caminho é esta loucura que agora paira em mim
Aterrei no melhor aeroporto, cuja pista está inscrita
A inscrição é: bem-vindo a este inferno-paraíso onde tudo é loucura
A loucura é o amor entre nós dois
Já não posso deixar esta loucura
Sem esta loucura não sou
Não estou
Não posso ser
E não te amaria, mesmo que fosses a Maria
Amor é loucura. 15 Set.
Vida
Como seria sem vida
Nunca se seria sem ela
Viver, amar, sofrer, ser feliz
Acontece na vida
Negar, ter e não ter
E aceitar a nossa existência
No silêncio e no ar
Comprova nossa coexistência
Mas a sentença da vida
Édeixar de viver
Vida é aquilo que é, fôlego
E uma situação, onde se respira
Também se inspira
Nela se retira o mais belo
Se acresce o ausente com zelo
E nela onde é possível amar
E nela onde há a razão de se ser
Tudo termina, mas a vida não
Senão, não haveria gerações
Vão-se os seres quando se perde a vida
Mas a vida é para sempre
Somos passageiros dela
A vida é vida, não parte
Até quando?
Até quando não serei livre?
Livre e livre
Estou desiludido por não ter tido
A minha liberdade que não é tudo
Mas porque opressão?
Não há reacção na nação
Perdidos e acorrentados nas correntes
De nascentes e leitos
Sem expressão nem compaixão
Até um dia
Até um fim
Seremos livres e poder viver
Nos auspícios da liberdade
Deixaremos estes flagelos
Que só nos causam degelos
Ninguém é de ninguém
Não importa como nem as razões
E preciso acordar e despertar
Preparar-se e caminhar
O futuro é já e agora
Devemos ser livres
Ferver até já não der mais
Lágrimas de sangue e de dor
Correm e escorrem sem parar
Nas nossas almas amarguradas
Nas almas feridas e roídas
Vermes e serpentes nos sufocam
Até já não poder mais
Mas até quando?
Até agora
Até esta hora
Até sermos livres
Sinceridade
Ser o que somos
Crer no que é
Dizer o que sentir
Aceitar o ter
É preciso não fingir
É preciso não fugir
É preciso encarar
Sinceridade
Sem ela reinam as falsidades
Desaparecem as verdades
Não querer crer
Não é sinceridade
Sinceridade
É não perder a pureza
É parecer no real
No sentido verdadeiro
A sinceridade é transparente e límpida
Ela é nítida como a neve
É útil e útil
Não deixa manchas nem nódoas
Não deixa sinal
Sinceridade é sinceridade
Sinceridade é virtude
É um dom
Não se corrompe nem se deixa corromper
Sinceridade entrega e não nega
Sinceridade
Aceita negação
Desprezo
Humilhação
Compraz-se em tudo
Mas não trai
Simplesmente confia
A sinceridade é visível
Sinceridade é tudo isto
E mais…
∞©Eliseu Ferraz
Saudades
Quando terão fim pois não é saudade
São saudades
Saudades de ver, estar ao seu lado
De traduzir seus sentimentos
De aproximar seus pensamentos
De bater a porta e acendermos a vela
De apagarmos as luzes e acarretar água
De ouvir sua voz e seu gemido escaldante
De sentir a quentura do seu corpo
De sentir as suas carícias e seus beijos
Suas peripécias e delícias
Seu silêncio e sua música
Ver seus olhos como o brilho das estrelas
Tocar e amamentar-me dos seus mamilos
Esfregar seu peitos em forma e redondos
Acariciar sua pele lisa e doce como o favo do mel
Saudades
De querer estar ao seu lado e amar
De buscar tudo que perdemos e não achamos
Saudades
De ver em ti o que até então nunca vi
De pedir um abraço seu e não poder
Mas tenho mesmo saudades
Saudades
Para acabar com esta solidão
Tão perigosa que me mata a cada dia do meu viver
Que retira da razão e me deixa sem reflexos
Que insegura e me retira a fé de te ter de volta
Porque não permite te enamorar e poder morar em suas mãos
Saudades
Não pode ser!
Esta distancia que assassina o nosso lar
E não deixa nos amarmos
Esta saudade tão ruim e desonesta
Quero perder toda saudade
Pois trata-se do fim da minha idade
Já não consigo mais viver sem o seu calor
Sem o seu frio, pois é demais esta ausência
Que morra esta distancia
Que me lembra sua elegância
Saudades
Já não até você de volta no seu ninho:
No meu coração onde não há distancia
Nem saudades, mas nos dois em um
Onde tudo é possível
Saudades são saudades
∞©Eliseu Ferraz
Quando tudo é perdido
Tudo só se perdeu
Só se perdeu porque nenhum deu o seu máximo
O máximo em ser fiel verdadeiro e sem capas na face
Mas não é este o momento pois
O sentimento da dor de uma traição é ruim e demais
Se perdi não perdi sozinho
Simplesmente perdemos e perder é próprio
É natural
E natural chorar quando gostamos ou amamos
Como também é normal perder
Perdemos porque perder é importante
É importante porque da derrota
Temos sempre uma lição para aprender
Aprender a ser a saber sentir e
E cultivar o que não se podia
Mas é sempre uma dor
∞©Eliseu Ferraz
Sonhos Perdidos
Sonhar sonhar e sonhar
Só é preciso crer nos sonhos
Quando não cremos é porque não houve sonhos
Mas perderam-se os sonhos
Como tê-los de volta
No meu peito e nas minhas imaginações
É tão lindo e belo sonhar
Nem todos os sonhos atingimos
Os sonhos são como quando ainda
Não nascemos, quando ainda não existimos
Na realidade, no mundo visível
Sonhei ter você inteiramente nos meus braços
Para que pudesse sentir o calor do meu corpo
O suor do meu amor por ti
A paixão que esquenta e arrefece estes sentimentos
Sonhei mas perdi, perdi-te das aventuras mas também dos amores
No fundo ainda não te perdi
Pois não há quem sinta o que sinto por voçe
Quão forte éresistir está derrota
Que hoje é victória
Victória por estar e sã e salvo
∞©Eliseu Ferraz
O amor perdoado
Perdoar é um dom
Quando se perdoa se consumam razoes de forças
Quem não pode perdoar, não pode amar
Como amar quando não se perdoa?
Perdoar é um sentimento de amor
Perdoar é a razão de ser
É uma força interna que nos tira do orgulho em si
Nos leva e nos conduz ao bem viver
Nada traduz amor sem que o perdão se recorde
Perdoei por amar
Chorei porque não quis perdoar
Venci a dor e a ultrapassei
Tudo porque soube perdoar
Não há amor que seja amor
Sem que não haja razoes paraPerdoar
Perdoar perdoar sempre
Para poder sempre poder amar e
Assim ser correspondido no perdão e no amor
∞©Eliseu Ferraz
A corda
Já não é possível crer
Não é possível aceitar
Só é possível insistir
Persistir e nunca desistir
Esta batalha é contínua e nunca fácil
Nas margens da opressão
Sentimos a corda irritante no pescoço
Sem termos as forças suficientes para rebentar
Mas é oportuno esquentar e aquecer a lenha
Com as brasas em chama é a nossa espada
A espada da victória encontrada
A corda
A corda que nos sufoca é a que abraçamos
Sentindo as espinhas no dorso e na alma
Sem como saber a saída, clamamos e clamamos
Mas a resposta está onde nem sequer se encontra
A corda precisa rebentar
Ninguém viverá sem que ela rebente
Assim se fará a sebenta
Que esquenta sem a corda
∞©Eliseu Ferraz
07.10.2011, 09-38am
As mensagens
Envie para situdo o tinha
Mas também tudo o que tenho
Palavras não traduzirão, não traduzirão
Os sentimentos que abrasam a frieza
Tudo que pudeentreguei aos sinais
Não são aquelas letras dobradas em papel
Que afrouxaram o vigor do meu coração
Não é o rigor da minha alma que acalma
Mas é esta a sensação que há na cama
Foram as mensagens que enviei
Que pioraram a profundeza desta paixão
Deste frio sem frio não consigo me livrar
Elas foram fortes e duras como as rochas
Elas sofreram metamorfoses seguidas
Como são interessantes e desinteressantes
Elas são cativantes e cativantes
Não desprezam nem ferem
As mensagens que ofereci buscam curar
São as toneladas de ternura que nenhuma
Tempestade teve intensidade para tramar
Elas foram, para transmitir sem falha
Elas chegaram porque era a meta
Elas cumpriram o seu dever
Transmitir e transmitir
Transmitir amor
Nunca desista
Nunca desista ainda que a morte espreite
Mesmo que as ondas do mar lhe afectem sem piedade
Corra, insista e persista, mesmo que o fôlego da vida sufoca
Nunca perca a esperança, nem a consciência de vencer
Por mais altas que sejam as colinas tente
Prove o cansaço para brindares o sabor do sacrifício
Insista e insista mas nunca desista
Você é um ser destinado a lutar para vencer
Em si vive o ninho que guarda os segredos do amor e da esperança
Nada pode ser tão forte que a resistência nesta batalha derradeira
Ninguém jamais desistiu por algo que tencionou
Por mais que o sol e chuva cruzem não desiste
Seus sonhos transformam-lhe naquilo que quer e deseja ser
Não desiste nem mesmo quando mil leões estiverem a impedi-lo
Nunca desista e nunca desista mesmo
Mesmo que onde quer atingir é preciso sacrificar e ficar sem sua respiração
Não tente nem imagine desistir
Desistir naquilo que sempre resistiu
Se nunca desistiu é porque sempre existiu
Nunca desista mesmo que a fraqueza ocupou a sua vida
Vença tudo que se opor a si
Mas nunca desista, mas persista e nunca desista
Pois é assim que existe, e assim insista
Natureza
É esta a natureza que é
Que só desta vertente pode ser
Agimos e lutamos contra ela
Mas ela prossegue naquilo que é
Vagueamos caminhando
Nesta infinita e natural natureza
Que nunca deixaria de ser uma certeza
Que tudo nos proporciona
Da admiração cuja meta é sua natural beleza
Na solidão ou na companhia, a natureza nos convida
Nos leva a entender o quão sem ela não há vida
Com a natureza aliviamos as dores que mais nos marcam
Com a natureza ultrapassamos tudo naturalmente
É nesta natureza que tudo quanto vimos é fruto dela
Nela encontramos a bravura dos animais ferozes
Vimos nela a comunhão entre animais e plantas
Entre selvagens e peregrinos e amantes da natureza
Na natureza nunca se está isolado
Por ser a nossa companhia dia a dia
É assim que, que é sentida
Natureza
O lugar de tudo e de todos
Mas é nesta natureza onde a frieza
É natural
11/10/11
Olhar molhado
É com este seu olhar que fiquei pálido
Fiquei o que estou como estou
Mas tudo foi pela intensidade e força deste
Deste seu olhar tão atractivo como íman
Este seu olhar que é mais que olhar
Levou-me a esquecer-me e é incomparável
A mim e a si, por ser tão imensurável
É com esta sua maneira de ver
Que já não consigo ser
Também não consigo mais entender
Seu olhar traduz a luz do dia e o frio da noite
Vence as trevas e ultrapassa alturas e alturas
Já não é necessário não ser cego
Pois seu olhar deixa os cegos verem o que não podem ver
Leva quem quer que seja a render-se
Mas na verdade não é fácil contemplar seu olhar
Este seu olhar molhado
Carregou consigo todas as lágrimas
Que enchiam minhas pestanas e o quintal dos meus olhos
Sem deixarem ao menos marcas
Marcas que pudessem significar o brilho dos olhos seus
Procurei e muito, mas não pude tornar seus olhos
Como é seus olhos molhados jamais seriam meus.
Terça-feira, 11 de Outubro de 2011
Aquela marca
Deixas-te em mim um sinal nunca visto
Este sinal é marca do nosso nos ver e sentir
Que me leva a questionar se existo
Inesquecível e interroga o que é isto?
Nas veredas deste nosso envelope
Nada ficou senão a marca como lembrança
Que traduz todos os meus sentimentos de antílope
Deixou sinais numa sem esperança
Esta marca com a missão simbólica
E que nunca se apagará das minhas veias
Levo em mim o peso sem tamanho de saudades
Que traduzem a pujança das verdades
Não é possível esquecer
Algo tão forte encravou na sensação de vela
Embora perdida dos meus braços
Com todas as forças não é impossível tê-la
Na esperança de que ainda mereces meus abraços
Aquela marca é esta que não consigo ver
Sinto-a veemente no circular do meu sangue
Meu sangue sem cor e sem paladar
Esta marca é o sentimento dos seus sentimentos
Esta marca é o pensamento dos seus pensamentos
Esta marca é você e sua imagem cravada no meu peito
Esta marca está embalada na minha consciência
Terça-feira, 11 de Outubro de 2011
Nem tudo vale
Tudo não pode valer
Tudo não pode ser
Tudo não se pode ter
Nem tudo se pode aceitar
Vele a pena saber que sinto algo
Algo que não sei explicar
Não existe palavras nem língua para exprimir
Exprimir esses sentimentos
Carregados de chumbo e de emoções
Não pode valer aceitar que és quando não és
Não é válido saber que me amas mas não
Não pode valer saber que não sou o primeiro
Também não vale saber que não sou o último
Sem acções do que queremos não vale querer
Mas nunca poderia valer se nenhum de nós fosse
Fosse o primeiro a dizer que esta relação vale
Como posso crer em tudo se em tudo não se crê
Tudo não pode valer
Seja qual for o encanto e a beleza
O brilho das cores
E o cheiro das rosas
Tudo não pode valer
No amor, na dor, na busca, no encontro, na sexualidade, no encanto… e em tudo
É preciso aceitar mas como também não aceitar
É preciso aceitar que tudo nesta correnteza não é possível valer
De volta ao Mar
Por causa das suas fortes ondas
Nunca foi possível não desistir
Pelas maré alta ou baixa
Foi necessário não insistir
A beira de perder a vida nada leva a hesitar
Mas a coragem não foi a tempo de vencer o medo
Nem os conselhos de pescadores e outros amigos do mar
Serviram de modelo a seguir
Tremulei pela imensidão do mar
Nesta não há natação que supera a natureza
A natureza deste natural mar
Mesmo que o mar se altera
A força do ar aumenta a intensidade do mar
Não é tão fácil regressar
Regressar para ver o pinar dos peixes
Mesmo sem jeito para anzol ou iscas
Regressar com o medo de se afogar
Nas profundezas deste imenso mar
Mas ganhei a coragem de homem
Vecendo o medo e ultrapassando lamas
Já não é preciso mais temer
Mas só enfrentar
Enfrentar para compartilhar o encanto das águas
Com toda a sua salinidade e tonalidade inconfundível
É preciso crer para estar de volta ao mar
De volta neste mar que comove e cativa
Atrai e chama o ser para melhores momentos
Que ultrapassa as barreiras da solidão e tristeza
É mesmo preciso estar de volta
Neste mar que nos afoga, mas que também
Suas brisas nos aliviam e acalmam
No verão ou no inverno
Do outro lado
No Outono ou na primavera
De volta a este mar
Que nos leva a morte e que também nos alimenta
Com a imensidão dos seus recursos
De volta neste para ficar e voltar a sair
Com a intenção de nunca deixar de regressar
Par ver e melhor contemplar as meninices
Também poder ver o que só lá se pode observar
Para voltar a sentir a ausência da vergonha
E do receio da nudez entre os homens e mulheres
De volta para rir e sorrir das belezas naturais
Voltar para encontrar a metade que nos complete
Voltar para poder cruzar uma alma gémea
De volta e de volta para ficar e nunca
Para sempre ficar, mas interessa
De volta estar.
Na morte em vida
Perdi na vanguarda de voltar a ver-te
Deixei de ver quando ainda podia ver
Já não sou o que sempre acostumei-me a ser
Nesta vida morta já deixei de calcular e ter
Nas amarguras e doçuras nunca estive em vida
Nas lembranças e saudades só me lembro morto
Mas quem seria se não se tratasse de vivo que não vive
Atontoei-me de saber que não é possível viver com vida
Fiquei desolado e quebrantado ao saber que não só o que viria a ser
Já não vivo por não poder saber se existo ou se sou
Não sou o que sou
Vou sem marcar sequer algum passo
Pois estou morto em vida
Não é possível reviver
Quero saber mas já não sei
Por ter dado sei que dei
Entreguei mesmo sem nunca ter chegado
Nesta morte em vida eu não sou
Nesta morte em vida
A vida não existe e a morte pior ainda
Nesta tenebrosidade a curiosidade não tem lugar
Vivo mas não vivo
Não existo nem quero ser
Para nunca existir
Procuro esta morte em vida
Para viver, morrer e reviver
Eis o fôlego
Neste mais que bem-querer
Surgiu a intenção de aceitar
E de nunca mais voltar a perder
Na tentativa de chorar
Já não há lágrimas para enxugar
Sem este fôlego não é possível viver
Na madrugada não há sono nem ressonância
Que possa traduzir esta constância
Em todas circunstâncias de sentir
Na esperança sem esperança ficou
Os sentimentos turbulentos
Que mais nada ofereciam senão a dor
Sem este presente não há como
Eis o fôlego
Que atardoa meu ser meu existir
Meu amor minha paixão
Meu não querer querendo
Eis o fôlego
Que me alucina
Que me desilude e comprova
Eis o fôlego
Que me permite amá-la
17/10/11
Romance
Caíram-se os sentimentos de dor
Por uma nova vida ter de começer
Parecendo uma manha de nevoeiro
Onde as neblinas pingam a cada minuto
Palavras só poderiam apaziguar o entendimento
Dores já não encontraram recepção
Mas o apego venceu a pressa
Nem tudo seria importante
Tão importante e na certeza de destruir
O que o presente ofertou como prenda
La se foram as dores e dissabores
Que vagueavam e importunavam a situação
Só vale a pena recordar nas sombras do passado
É necessário crer
Perderam-se as esperanças que plantamos
Pois não houve sementes entre nós
Nesta caminhada inesperada
Resta a chama da nuance
Que acalenta o prazer de ser
Até quando(29/11/11)
Esta maneira de amar-te que não se pode comparar
É a única e nenhuma assemelha-se a si mesma
Não se envergonha nem se ilude, apenas basta
Não se cansa nem transpira, apenas aspira
Aspira ser como sempre é: incomparável
Mas até quando?
Estes sentimentos perversos e controversos que procuram
Inculcar uma marca de dureza a este leve coração
Já não não posso mais
Não devo sequer aceitar ou rejeitar, mas apenas compreender
Pois nestas pegadas não há na verdade nada que seja tão fácil
Até quando? Poderei esquecer-te e livrar-te de mim
Até quando, Poderás livrar-me desta ternura de si?
Amarrados não estamos
Acorrentados também não
Que fazer?
Nada a fazer quando os sentimentos são naturais
Não quando nem onde para declarar fim
Pausas houve, mas não foram pausas
Mas até quando? Continuar
Nunca seria outra resposta
Mas sim
Até nunca esta maneira de querer-te e sentir-te.